Oarref Eco

quinta-feira, 31 de maio de 2007

As diferenças entre a "microeconomia" e a "macroeconomia"

microeconomia
A microeconomia está voltada, fundamentalmente, para:
§ as unidades individualizáveis da economia, como o consumidor e a empresa, consideradas isoladamente ou em agrupamentos homogêneos.
§ o comportamento do consumidor, na busca da satisfação máxima (dada sua restrição orçamentária) e outras motivações.
§ o comportamento da empresa, na busca do lucro máximo (dada as estruturas de custos e a atuação da concorrência) e outras motivações.
§ a estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados; as conformações básicas da oferta e da procura, microscopicamente consideradas.
§ as funções e as imperfeições dos mercados, na alocação
eficaz dos escassos recursos da sociedade e na geração dos produtos destinados a satisfazer às necessidades tidas como ilimitáveis.
§ as remunerações pagas aos agentes que participam do processo produtivo e a consequente repartição funcional da renda social.
§ os preços recebidos pelas unidades que geram cada um dos bens e serviços que compõem o produto social.
§ a interface entre custos e benefícios privados e o interesse maior do bem-comum.

Ao estudar a formação dos preços, a microeconomia envereda para o estudo da oferta, pela qual são responsáveis os produtores, e da procura, que depende do comportamento, motivações e reações dos consumidores; trata do estudo dos mercados, em suas várias formas e estruturas, examinando as condições gerais de equilíbrio das empresas em cada uma das situações concorrenciais possíveis e na esteira dos mercados e da produção, os salários pagos no mercado de trabalho e os lucros atribuídos à capacidade empresarial.

Na visão microeconomica, o funcionamento desse sistema corresponde ao de um jogo não cooperativo, tensionado, no sentido de que cada unidade individual cuida de seus próprios interesses, maximizando-os, sem coalização com as demais; de forma que nenhum dos participantes pode melhorar sua situação sem o sacrifício dos níveis de satisfação do outro participante; assim sendo a microeconomia desdobra-se nos seguintes conjuntos de estudo:
§ o consumidor e a análise da procura.
§ a empresa e a análise da oferta.
§ a estrutura concorrencial e o equilíbrio de mercados.
§ a remuneração de fatores de produção e a repartição da renda.

Interessada na análise dos elementos constitutivos da Economia, ela difere da macroeconomia, por não ser agregativa, mas seletiva, busca explicar o funcionamento dos mercados para produtos individuais e o comportamento do comprador e do vendedor individuais; de forma que sua preocupação está em descobrir quantas unidades de bens são produzidos, as diferenças de preço entre um e outro bem, as diferençsa de salários entre as atividades fabrís; ou seja, centra o seu foco na composição, e não na grandeza, da produção da economia.

No conceito de mercado, no estudo da microeconomia básica, o que enfatiza seus atributos econômicos fundamenta-se nas tensões decorrentes de duas forças, antagônicas em princípio, as da oferta e as da procura. Os fatores que as determinam e suas configurações definem antagonismos e conflitos de interesse que se equilibram à medida que se estabelecem as relações de troca; em mercados de escambo tais relações de troca se definem por quantidades de troca equivalentes; em mercados monetizados, por preços e remunerações; e em ambos os casos as negociações buscam posições de equilíbrio; preços de equilíbrio são assim resultados de tensões e conflitos solucionados através do entrechoque das forças de oferta e de procura.A equivalência de forças é obviamente maior nos mercados em que a concorrência entre os agentes envolvidos é descrita como “perfeita”; onde prevalece “imperfeições”, as forças em choque geralmente não se equivalem.

macroeconomia
A macroeconomia está voltada, fundamentalmente , para:
§ O comportamento da economia em seu conjunto, agregativamente considerado, sendo o todo a unidade de referência, diferentemente da microeconomia que considera as partes individualizadas.
§ O desempenho totalizado da economia; as causas e os mecanismos corretivos das grandes flutuações conjunturais; os altos e baixos da economia como um todo.
§ Os agregados econômicos, resultantes das mensurações globais, de que são exemplos o PIB e a RN – ou seja,respectivamente, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras econômicas de determinado país e a renda apropriada pelo conjunto de todas as unidades participantes do processo econômico.
§ As relações entre macrovariáveis; as conexões entre o nível dos investimentos e o nível do emprego de todos os recursos, por exemplo.
§ as medidas de tendência central, como as taxas de juros e de câmbio, bem como suas influências sobre o desempenho da economia como um todo.
§ variáveis-fluxo e variáveis-estoque calculadas para a economia agregativamente considerada; a renda, o consumo, a poupança, e a acumulação – os fluxos agregados; os meios de pagamento e as reservas de divisas internacionais – os estoques agregados..
§ as trocas internacionais de bens e serviços, vistas como um todo; os fluxos totalizados dos movimentos internacionais de capitais. o registro e a contabilização desses movimentos, possibilitando levantamentos como o Balanço Internacional de Pagamentos.
§ as finanças públicas; os tributos arrecadados por todas as esferas de governo. os dispêndios públicos, correntes e de investimentos; as execuções orçamentárias; o equilíbrio das contas públicas.
§ as grandes disfunções e o desenvolvimento das economias nacionais.
§ os indicadores básicos para comparações internacionais do desempenho totalizado das economias nacionais, como os níveis de produto e de renda per capita, os padrões de produtividade e os de competitividade.

A grande depressão dos anos 30, que provocou uma das mais intrigantes ondas de desemprego de toda a história econômica, propagada em cadeia de um país para outro, deslocou o interesse da investigação microeconômica para questões de ordem macroeconômica ocasionando a revisão dos pressupostos da tradição clássica e os do socialismo.

A macroeconomia tenta responder a questões realmente “relevantes” da vida econômica: pleno emprego ou desemprego, produção a plena capacidade ou ociosidade, taxa satisfatória ou instisfatória de desenvolvimento, inflação ou establidade dos níveis de preços.

As metas básicas macroeconômicas e microeconômicas são compatíveis: o máximo de bem-estar para a população como um todo, cuja realização é o objetivo primordial da política econômica somente pode ser conseguido com a conjunção da plena utilização com a alocação ótima, sendo assim convergentes os focos e os conteúdos da macro e da microeconomia.

Um dos principais objetivos da teoria econômica é explicar o funcionamento da economia como um todo, identificando, e se possível medindo, as forças que determinam a produção total e o nível de emprego nacionais; Tarefa extremamente difícil, que leva, no sentido de se reduzir o problema a proporções funcionais, simplificá-la pela agregação , isto é, dispondo todo o universo de agentes em um número razoavelmente pequeno de categorias ou “agregados”, ignorando-se as diferenças existentes entre um ou outro consumidor, entre uma ou outra firma. O nome não é novo, e foi utilizado pelos Fisiocratas quando o adotaram para demonstrar a circulação da riqueza nas três classes por eles divididas da sociedade

As proposições "positiva" e "normativa"

Os conceitos de senso comum, ciência e ideologia, as metodologias básicas de construção da economia e as vinculações entre fundamentos teóricos e pressupostos ideológicos são, em conjunto, essenciais para a compreensão dos conteúdos e dos significados dos principais compartimentos da economia; ou seja, a compartimentalização usual da economia, onde a primeira e mais importante diferenciação é a existente entre as expressões economia positiva e economia normativa.
“a capacidade de separar os juízos normativos dos positivos deve ser vista como uma das principais razões do progresso da economia ... Lipsey”
A economia positiva trata da realidade como ela é, já a economia normativa considera mudanças nessa mesma realidade, propondo como ela deve ser; se a primeira é facilmente demonstrada admitindo a comprovação por modelos reais irrefutáveis, a segunda é dependente de juízos de valor, é pessoal, é subjetiva, não podendo ser definitivamente refutada.
i) a cisão do átomo é impossível, trata-se de uma proposição positiva.
ii) os cientistas não devem proceder a cisão do átomo, trata-se de uma proposição normativa.
A economia descritiva e a teoria econômica situam-se, preponderantemente, no campo da economia positiva, já a política econômica é, preponderantemente normativa; e essa distinção entre as proposições conduz a uma questão metodológica relevante: a impossibilidade lógica de se deduzirem afirmações positivas de juízos normativos e vice-versa.
Na realidade, a política econômica (que é normativa), desde que tecnicamente respaldada, busca sustentação na teoria econômica (que é positiva), e é exatamente esta sustentação que lhe confere maior grau de confiabilidade, reduzindo os graus de risco e de incerteza sobre os efeitos esperados, decorrentes de cursos de ação postos em prática e sob este ângulo os diferentes compartimentos em que usualmente se subdivide a economia positiva alimentam o processo político de escolha da economia normativa; o desdobramento dos diferentes segmentos da economia positiva fundamenta-se na divisão usual entre microeconomia e macroeconomia.
http://www.econ.puc-rio.br/Mgarcia/Artigos/Macrometrica/ecnorm.pdf
A economia normativa se preocupa precisamente com juízos de valores; qual resultado é bom e qual resultado é ruim. Exportar mais é bom ou ruim? Aumentar a alíquota mais alta do imposto de renda é desejável? São infinitas as questões econômicas sobre as quais se emitem regularmente juízos de valor, e a maioria delas envolve alguma forma de ação de política econômica governamental.
Juízos de valor são geralmente emitidos sobre os resultados a serem obtidos pelas políticas públicas: mais emprego é preferível a menos, maiores salários são preferíveis a menores, uma distribuição mais justa da riqueza e da renda é um objetivo a ser perseguido, etc.. Com base nesses juízos de valor é que são julgadas as ações de política econômica.
Portanto a discussão relevante sobre os atos conflitantes tomados ao longo de uma gestão ora vindo de encontro aos interesses empresariais ora não, não é quanto aos objetivos (economia normativa), mas sim quanto aos resultados que de fato advirão das medidas tomadas (economia positiva) e na maior parte das vezes, o que se discute são os resultados das medidas de política econômica e não seus objetivos, o que sugere que para ser bem sucedida, a política econômica deve assentar-se sobre os firmes pilares de boas teorias econômicas o que do contrário, os bons objetivos de maior crescimento econômico e equidade não serão alcançados.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
A economia normativa é uma abordagem que procura determinar como se pode manipular a economia para atingir determinados objetivos específicos. Normalmente, o que se pretende é atingir um determinado padrão de distribuição de riquezas. A economia normativa pressupõe uma tomada de posição ética em relação à realidade.
Os defensores da economia normativa argumentam que a riqueza deve existir para ser distribuída pelo estado e que se deve tentar modificar os fatos econômicos (economia positiva) em favor do que entendem ser uma economia mais justa.
Adam Smith, estudando os dois modelos de produção de sua época, o Mercantilismo e a Fisiocracia, foi o primeiro a defender que os interesses privados dos indivíduos produziam benefícios públicos; diferentemente do senso comum, Adam Smith nunca afirmou que o mercado independe do Estado, idéia consagrada pelos neoliberais.
http://www.esfgabinete.com/dicionario/?completo=1&conceito=Economia%20Normativa
Visão da Economia que tenta explicar e resolver situações do dia a dia através de preceitos éticos e de juízos de valor.

Bases de pesquisa
http://www.angelfire.com/id/SergioDaSilva/positvsnorm.htm

Microeconomia

O conceito
Palavras-chave: estudos de microeconomia
A microeconomia está voltada, fundamentalmente, para:
§ as unidades individualizáveis da economia, como o consumidor e a empresa, consideradas isoladamente ou em agrupamentos homogêneos.
§ o comportamento do consumidor, na busca da satisfação máxima (dada sua restrição orçamentária) e outras motivações.
§ o comportamento da empresa, na busca do lucro máximo (dada as estruturas de custos e a atuação da concorrência) e outras motivações.
§ a estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados; as conformações básicas da oferta e da procura, microscopicamente consideradas.
§ as funções e as imperfeições dos mercados, na alocação
eficaz dos escassos recursos da sociedade e na geração dos produtos destinados a satisfazer às necessidades tidas como ilimitáveis.
§ as remunerações pagas aos agentes que participam do processo produtivo e a consequente repartição funcional da renda social.
§ os preços recebidos pelas unidades que geram cada um dos bens e serviços que compõem o produto social.
§ a interface entre custos e benefícios privados e o interesse maior do bem-comum.
Ao estudar a formação dos preços, a microeconomia envereda para o estudo da oferta, pela qual são responsáveis os produtores, e da procura, que depende do comportamento, motivações e reações dos consumidores; trata do estudo dos mercados, em suas várias formas e estruturas, examinando as condições gerais de equilíbrio das empresas em cada uma das situações concorrenciais possíveis e na esteira dos mercados e da produção, os salários pagos no mercado de trabalho e os lucros atribuídos à capacidade empresarial.
Na visão microeconomica, o funcionamento desse sistema corresponde ao de um jogo não cooperativo, tensionado, no sentido de que cada unidade individual cuida de seus próprios interesses, maximizando-os, sem coalização com as demais; de forma que nenhum dos participantes pode melhorar sua situação sem o sacrifício dos níveis de satisfação do outro participante; assim sendo a microeconomia desdobra-se nos seguintes conjuntos de estudo:
§ o consumidor e a análise da procura.
§ a empresa e a análise da oferta.
§ a estrutura concorrencial e o equilíbrio de mercados.
§ a remuneração de fatores de produção e a repartição da renda.
Interessada na análise dos elementos constitutivos da Economia, ela difere da macroeconomia, por não ser agregativa, mas seletiva, busca explicar o funcionamento dos mercados para produtos individuais e o comportamento do comprador e do vendedor individuais; de forma que sua preocupação está em descobrir quantas unidades de bens são produzidos, as diferenças de preço entre um e outro bem, as diferençsa de salários entre as atividades fabrís; ou seja, centra o seu foco na composição, e não na grandeza, da produção da economia.
No conceito de mercado, no estudo da microeconomia básica, o que enfatiza seus atributos econômicos fundamenta-se nas tensões decorrentes de duas forças, antagônicas em princípio, as da oferta e as da procura. Os fatores que as determinam e suas configurações definem antagonismos e conflitos de interesse que se equilibram à medida que se estabelecem as relações de troca; em mercados de escambo tais relações de troca se definem por quantidades de troca equivalentes; em mercados monetizados, por preços e remunerações; e em ambos os casos as negociações buscam posições de equilíbrio; preços de equilíbrio são assim resultados de tensões e conflitos solucionados através do entrechoque das forças de oferta e de procura.
A equivalência de forças é obviamente maior nos mercados em que a concorrência entre os agentes envolvidos é descrita como “perfeita”; onde prevalece “imperfeições”, as forças em choque geralmente não se equivalem.
O mercado
O mercado em sua acepção primitiva, correspondia ao espaço onde se realizavam as trocas, assim foram os grandes mercados da Antiguidade como o de Marselha no Mediterrâneo; de Bizâncio e de Calcedônia na Ásia; de Náucratis no Egito; de Veneza e Gênova na Itália Medieval; e estes mercados se estabeleciam quase sempre por concessão ou não com o intuito de atender as necessidades de suprimentos locais.
Hoje em dia o conceito de mercado é uma abstração, já não existe esta conotação geográfica, refere-se a um conjunto de necessidades variadas, inputs e outputs do sistema econômico, que mantém a relação de forças antagônicas de procura e oferta e quando estas ocorrem simultaneamente, definem o mercado. Portanto quando nos referimos aos mercados financeiro, de trabalho ou de capitais estamos a nos referir a uma abstração que diz respeito à oferta e à procura dos recursos correspondentes, ou seja, um mercado de recursos ou de fatores; de igual forma quando nos referimos aos mercados do boi gordo, de máquinas, de automóveis, de seguros, estamos a nos referir a uma outra abstração de mercado, o mercado de produtos ou derivado.
Havendo procura e oferta em um, haverá procura e oferta no outro; são diretamente proporcionais; quando um enfraquece ou se aquece, consequentemente leva o segundo a um enfraquecimento ou fortalecimento caracterizando-se em um dos três estados firme-estável-frouxo, representando respectivamente o momento em que as forças de procura superam as de oferta ou encontram-se equilibradas ou quando as forças de procura parecem menos vigorosas que as de oferta. E estes três estados refletem-se nos preços no mercado de produtos e nas remunerações no mercado de recursos.
Os preços são expressões monetárias do valor dos produtos e dos custos; o valor resulta da utilidade avaliada pelos que têm a necessidade e procuram satisfazê-la, e os custos, o valor calculado pelos que os produzem.
“para que um bem qualquer tenha algum valor, duas condições devem ser preenchidas. 1º) corresponder a alguma utilidade, convergir para algum fim, satisfazer alguma necessidade; 2º) sua obtenção deve ter esbarrado em alguma dificuldade econômica, expressa por custos – Stuart Mill – Principles os political economy”
Quando uma mercado está em expansão, é porque nele estão ocorrendo simultaneamente deslocamentos para mais na procura e na oferta; contrariamente quando está em contração, perdendo expressão econômica, é porque nele a procura e a oferta estão contraindo-se; a dimensão dos mercados varia ao longo do tempo e a cada momento, os preços sinalizam o que está acontecendo; desta forma os estados firmes ou de frouxidão sempre estarão associados a movimentos desproporcionais e os estáveis, de movimentos proporcionais.
Os mercados estruturam-se quanto i) ao número dos agentes envolvidos; ii) as formas de comportamento dos agentes; iii) a natureza do fator de produção ou do produto.
As principais estruturas de mercado (p.398)
As classificações mais simples de estruturas de mercado fundamentam-se apenas no número de agentes envolvidos em cada um dos dois lados – o da procura e o da oferta; é a estrutura clássica – a estrutura de Stackelberg.
Os elementos das classificações de Stackelberg e de Marchal são básicos para a diferenciação conceitual das estruturas de mercado e que podem ser caracterizadas nas quatro estruturas de referência abaixo; além do mais os elementos diferenciadores não se limitam ao número de agentes econômicos envolvidos, mas inclui os fatores comportamentais, as características dos recursos e produtos transacionados, o controle que os participantes têm sobre o preço, as possibilidades de concorrência extrapreço e as condições para ingresso de novos competidores no mercado
§ concorrência perfeita
§ monopólio
§ oligopólio
§ concorrência monopolística
um mercado para ser definido como concorrencialmente perfeito precisa preencher todas as condições abaixo:
§ atomização – o número de agentes (compradores e vendedores) é de tal ordem que nenhum reune condições de influenciar o mercado.
§ homogeinidade – o bem ou serviço no mercado de produtos ou recursos no mercado de fatores são homogênos; de forma que nenhuma empresa consegue diferenciar o produto que oferece; os produtos ou fatores são perfeitos substitutos uns dos outros.
§ mobilidade – existe uma independência de atuação dos agentes; a mobilidade é livre; não existe acordo; não existem impedimentos às ações alocativas dos agentes.
§ permeabilidade – inexistência de barreiras de qualquer ordem; entrada, saída, técnicas, financeiras, legais, emocionais, etc.
§ preço-limite – impossibilidade de fixação de valores preços acima ou abaixo do valor estabelecido pelo mercado, definindo-se impessoalmente.
§ extrapreço – inexistência de oferta de vantagens adicionais ao produto ou ao fator; esta característica é subproduto da homogeinidade.
§ transparência – o mercado é absolutamente transparente, não existindo informações privilegiadas ou diferentes daquelas que os outros detêm.
Situando-se no extremo oposto do da concorrência perfeita,as condições que a caracterizam são:
§ unicidade – há apenas um vendedor dominando inteiramente a oferta; significando que do extremo da atomização, se vai para o da unicidade.
§ insubstitutibilidade – não existe produtos substitutos próximos; inexistindo alternativas possíveis aos compradores de substituição.
§ barreira - impossibilidade de entrada de concorrentes no mercado monopolista.
§ poder – é a situação privilegiada característica em que se encontra o monopolista
§ extrapreço – inexistência deste recurso a menos que vise a uma melhria da imagem pública.
§ opacidade – são por definição opacos; a empresa monopolista caracteriza-se por ser impenetrável.
Comparativamente aos casos extremados de concorrência perfeita (mercado atomizado) e monopólio (mercado unificado), temos os oligopólios (existem várias formas):
§ números de concorrentes – tipicamente pequenos .
§ diferenciação – podem ocorrer oligopólios de produtos diferenciados, como de não diferenciáveis.
§ rivalização – são fortes rivais entre sí; porém podem ocorrer situações em que os concorrentes unem-se em acordos setoriais, ou seja, admite a rivalidae ou conluio.
§ barreiras – o ingresso em estruturas oligopolistas é difícil;
§ preço, extrapreço e poder – grande controle sobre os preços; rivalização e capacidade de negociação para atuações acordadas colocam-se assim, o tempo todo , como alternativas.
§ visibilidade – alta visibilidade de suas estratégias empresariais;.
E por último encontramos a concorrência monopolista e caracteriza-se por:
§ competibilidade – elevado número de concorrentes, com capacidade de competição relativamente próximas.
§ diferenciação – é a mais significativa peculiaridade da concorrência monopolista, emprestando o nome ao adjetivo; o produto de cada concorrente apresenta particularidades capazes de distingui-lo dos demais e de criar um mercado próprio para ele..
§ substitutibilidade – situa-se exatamente entre a insubsitutibilidade do monopólio puro e a plena homogeinidade da concorrência perfeita.
§ Preço-prêmio – capacidade de cada concorrente controlar o preço depende do grau de diferenciação percebido pelo comprador;
§ barreiras – tendem a ser baixas.
Conflitos de interesse e mecanismos de equilíbrio (p.407)
é o conflito de interesse na busca pela maximização das satisfações entre os que ofertam e compram;
os que ofertam desejando o mais alto preço ou remuneração no mercado de produtos e baixas remunerações e baixo custo no mercado de fatores; e os que procuram a otimização do seu poder aquisitivo no mercado de produtos e as mais altas remunerações no mercado de fatores. As pretensões dos agentes só não se realizam por completo porque:
§ a concorrência entre produtores atua como uma espécie de freio.
§ a possibilidade de substituição de produtos é um instrumento de poder que os consumidores dispõem.
§ a capacidade de substituição de fatores amplia o poder de negociação dos produtores, aumentando suas amrgens de manobra e sua flexibilidade para lidar com custos;
§ dado um desequilíbrio, pode-se dar uma intervenção corretiva no mercado de produtos ou de fatores.
desta forma os mercados em funcionamento exigem três elementos:
§ a oferta de um lado.
§ a procura do outro lado;
§ e no cruzamento das duas forças, a convergência de interesses.

Ver mais
http://www.ai.com.br/pessoal/indices/mercados.htm
http://ww2.unilasalle.edu.br/cursos/graduacao/documentos/economia/microeconomiaestruturasdemercado.doc
http://www.unimonte.br/apostilas/economia/estruturas_de_mercado.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado
http://www.eco.unicamp.br/artigos/artigo167.htm
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22estruturas+de+mercado%22&meta=

CONTINUAR – pag. 398 – subitem 8.1 – as principais estruturas de mercado

Bases de pesquisa
http://www.unb.br/face/eco/coutinho/teoriadafirma.pdf

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Definição

A economia é fortemente influenciada, tanto em sua construção como ramo do conhecimento, como na realidade, por diferentes concepções político-ideológicas, algumas até conflitantes entre si. Conseqüentemente, cada corrente de pensamento econômico enxerga a realidade sob ângulos diferenciados, a partir dos quais elabora suas concepções, estabelece seus conceitos e formata seus modelos; Embora filósofos da Grécia Antiga, como Platão e Aristóteles, e os escolásticos da Idade Média tenham explorado temas de conteúdo econômico, a expressão economia política é atribuída ao mercantilista francês Antoine de Montchrétien, autor de um Traité d’économie politique, publicado em 1615. Até chegar a este tratado, da Antiguidade ao Renascimento, as questões econômicas de maior relevância eram os sistemas da posse territorial, a servidão, a arrecadação de tributos, a organização das primeiras corporações (dos artificia e das fraternitates), a concessão de mercados, o comércio internacional, a cunhagem e o emprego de moedas; questões estas, tratadas sob os ângulos da política, da filosofia, e do direito canônico.
As dimensões da economia, enquanto ramo do conhecimento, só se alargaram com a maior complexidade assumida pelas questões econômicas, após o Renascimento, com o desenvolvimento dos novos Estados-nações mercantilistas – Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Alemanha, onde nesse período os pensadores pós-renascentistas definiam a economia como ramo do conhecimento voltado para a administração do Estado, sob o objetivo central de promover seu fortalecimento, justificando-se assim o adjetivo economia política.
No século XVIII, o objetivo central já não era mais o fortalecimento do Estado, mas a riqueza das nações; e duas obras importantes foram publicadas, marcando uma nova era no estudo da economia, marcando o surgimento da era Clássica, que coincidiu com o movimento iluminista – A Idade da Razão.
i)
Tableau économique – François Quesnay - 1758
ii)
An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations – Adam Smith – 1776
Embora François Quesnay tenha fundamentado o seu pensamento em levantamentos quantitativos, seu interesse maior estava em demonstrar como se formava a riqueza e como ela se distribuía entre as três classes sociais – produtores rurais, artesãos urbanos e nobres proprietários; já Adam Smith fundamentou seu pensamento em axiomas filosóficos e baseou-se nos sentimentos morais, as paixões originais da natureza, a aprovação social como sendo as razões maiores da acumulação e conservação da ordem econômica, fundamentando as leis que regem a formação, a acumulação, a distribuição e o consumo da riqueza.
Este polinômio formação-acumulação-distribuição-consumo (do ponto de vista da riqueza), foi base do conceito clássico da economia, e a maior parte daqueles que se propuseram a definir a economia neste período, tomaram como base estes quatro fluxos, foram eles o pastor Thomas Malthus, o financista John Law, o político Stuart Mill, o banqueiro Richard Cantillon, o negociante David Ricardo e o teórico Jean Baptiste Say, este último considerado um dos mais notáveis mestres da era clássica.
i) Tratté d’economique politique - 1803
« ...A economia política torna conhecida a natureza da riqueza ; desse conhecimento sobre a natureza da riqueza deduz os meios de sua formação, revela a ordem de sua distribuição e examina os fenômenos envolvidos em sua distribuição, praticado através do consumo... «
na medida em que todo o processo econômico haveria de ser investigado e classificado, explica-se o porque de um ou outro termo do polinômio ter sido tomado como base de diferenciados entendimentos político-ideológicos sobre a
eficácia social de diferentes formas de organização econômica.
Os neoclássicos mais conservadores buscaram entender o equilíbrio do processo econômico tal como se apresentava, e embora tenha despertado em muitos deles a insatisfação com relação às iniqüidades sociais, num todo, não houve uma proposta de alternativas à organização econômica da sociedade, cuidando apenas de apontar os vícios da ordem estabelecida sintetizando os temas cruciais em um novo trinômio riqueza-pobreza-bem-estar antecipando os fundamentos da conduta econômica do homem : a escassez de recursos diante das necessidades ilimitáveis.
«* As necessidades e os desejos humanos são inúmeros e de várias espécies; apenas em estágios primitivos de civilização são suscetíveis de serem satisfeitos, uma vez que o homem não civilizado não tem mais necessidades que o animal, porém à medida que progride, elas aumentam e se diversificam, ao mesmo tempo em que surgem novos métodos capazes de satisfazê-las.
* A economia examina a ação individual e social, em seus aspectos mais estritamente ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar, assim sendo, de um lado a riqueza, e do outro, o estudo do homem.
* A economia diz respeito aos motivos que afetam de modo intenso e constante a condução do homem no trato com as questões que interferem em sua riqueza e nas condições materiais de seu bem-estar - Marshall «
A proposta socialista nasce da ênfase no processo de acumulação capitalista e nos mecanismos de repartição dos esforços sociais de produção; de forma que a perspectiva socialista construiu sua concepção sobre a matéria de que se ocupa a economia a partir do binômio produção-distribuição entendendo-se neste caso a distribuição como o processo de repartição de riquezas.
«* O homem vivendo em uma sociedade que se encontra em um certo nível de desenvolvimento histórico, sente necessidades de naturezas diversas, uma de caráter biológico, outra conseqüência da vida em comum com a sociedade, e estas necessidades embora primitivamente originadas das biológicas, são por conseguinte um produto da vida social em comum dependentes do grau de desenvolvimento da sociedade humana.
* a fim de satisfazer às necessidades humanas, o homem necessita produzir ou usufruir o que extrai da natureza através do trabalho, adaptando os recursos e dominando as forças da natureza às suas necessidades em um processo chamado de produção.
* das conexões entre produção e trabalho, extraem-se os elementos vitais do processo econômico, sendo a produção um ato social envolvendo a divisão de trabalho, de forma que o trabalho do homem é uma parte do todo executado que se combina e associa com o trabalho dos demais membros. É o trabalho também uma parte do ato social, cujo produto está representado pelos bens que servem direta ou indiretamente, satisfazer às necessidades humanas, manifestadas de formas diferentes em diferentes sociedades.
* o processo completa-se com a distribuição ou repartição do produto social do trabalho, de forma que a repartição do produto social do trabalho reveste-se de caráter social – “As relações e os modos de distribuição aparecem simplesmente como o
anverso da produção. A estrutura da distribuição é determinada pela estrutura da produção – Marx – Introdução à crítica da Economia Política”
* enquanto as relações de produção dependem do nível histórico de desenvolvimento das forças produtivas e da atuação social do homem no trato com a natureza, as relações de distribuição dependem das relações de produção. A maneira como se opera a distribuição dos produtos é determinada pela maneira como os homens participam do processo de produção.«
Concluindo, na perspectiva socialista, é o estudo das leis sociais que regulam a produção e a distribuição dos meios materiais destinados a satisfazer às necessidades humanas que definem do que se ocupa o estudo da economia.
A sistematização de Lionel Robbins, não baseou-se nas categorias convencionais de fatos econômicos, fixando-se em outros pontos:
«* multiplicidade de fins; são múltiplos os fins que a atividade humana procura alcançar.
* priorização de fins possíveis; os fins possíveis podem ser priorizados
* limitação de meios; os meios para alcançar os fins, são limitados
* emprego alternativo dos meios; os meios podem ser mobilizados para os mais diversos fins. «
Para Robbins, nenhuma das quatro condições acima, isoladamente consideradas, é o suficiente para caracterizar o fato econômico, senão pela presença de um elemento importante que estabelece o elo de ligação entre as quatro condições, a capacidade humana de fazer escolhas, e esta capacidade realiza-se mediante uma multiplicidade de fins pretendidos e uma diversidade de meios para alcançá-los. Resumindo o fato econômico são atos de escolha entre fins possíveis e meios escassos aplicáveis a usos alternativos.
A sistematização acima diz respeito a economicidade da ação humana, decorrente da inevitabilidade da escolha, já que o homem age economicamente quando procede a uma escolha determinada, e esta escolha seja qual for, inevitavelmente:
«* buscará um benefício
* a um certo custo
* através de uma alocação de recursos.
* mediante um custo de oportunidade - o que se deixa de ganhar pela escolha «
Qualquer escolha feita quanto à alocação de recursos, implica uma relação entre recursos empregados a certos custos e benefícios alcançados e a ocorrência de um custo de oportunidade (aquilo que se deixa de ganhar com a escolha).
A economia pode ser vista como um ramo das ciências sociais que se ocupa da administração eficiente dos escassos recursos existentes, empregados na consecução dos fins que tenham sido estabelecidos pela sociedade.
« ...A economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos – Lionel Robbins ... «

Em síntese, há nítidas ligações formais entre as três abordagens consideradas – a neoclássica (riqueza-pobreza-bem-estar), a socialista (produção-distribuição) e a de Robbins(escolhas), a razão de ser da economia está presente nas três formas de delimitar o campo específico do conhecimento econômico – o estudo das formas aplicadas pelo homem na incessante busca dos meios para satisfazer as condições ilimitáveis de bem-estar.

Quadro evolutivo – (link)

http://www.bresserpereira.org.br/papers/1970/90-EconomiaFormal&EconomiaPolitica.pdf
Todas as ciências têm uma aspiração à universalidade e à neutralidade ideológica; estes objetivos foram em grande parte atingidos pelas ciências metodológicas, como a Matemática e a Lógica, e também alcançadas pelas ciências físicas, como a Física, a Química, a Mecânica, a Biologia; por analogia, os cientistas sociais também procuraram atingir essa mesma universalidade e neutralidade e dentre os cientistas sociais, talvez os economistas, tenham sido, aqueles que mais se deixaram tomar por essa tentação.
Os economistas clássicos que fundaram a ciência econômica chamaram-na de Economia Política, pretendendo, com isso, definir claramente o seu objeto: o estudo do sistema de produção e distribuição de riqueza que estava ocorrendo no sistema capitalista inglês e francês de fins do século XVIII e início do século XIX, e assim era chamada – economia política, pois buscaram analisar o sistema econômico como um processo social situado no tempo e no espaço e orientá-lo em direção a determinados objetivos políticos.

A Revolução Industrial, o grande acontecimento da época, ficou marcada pela ascenção da burguesia ao poder político e econômico e pela definição de uma ideologia liberal e individualista, que legitimasse este poder, e o desenvolvimento da economia política é o centro desta formulação.
A Economia Política era concomitantemente análise factual e sistema de valores. O mundo do ‘ser’ e do ‘dever ser’ eram confundidos. Não havia uma distinção clara entre o que os economistas hoje chamam de Economia Positiva e de Economia Normativa, ou, então, de Análise Econômica e de Política Econômica. A Economia Política era, ao mesmo tempo, análise e política, interpretação de uma realidade econômica e recomendação de uma política aos governantes, em função daquela análise e de uma série de objetivos econômicos a serem politicamente atingidos.

O desmascaramento realizado por Marx de caráter ideológico da Economia Política levou os economistas ortodoxos da segunda metade do século XIX a reformularem a ciência econômica, fazendo surgir a Escola Neoclássica, onde a tônica do movimento, porém, é o alto nível de abstração da análise realizada, e o gradualismo ou continuidade atribuídos a todos os processos econômicos e sociais, que podem, assim, ser submetidos à chamada análise marginal; a ciência econômica muda de nome deixando de ser Economia Política para transformar-se em Economia.

Com isto ela pretende uma maior universalidade e objetividade. A Economia Positiva distingue-se agora, com razoável clareza, da Economia Normativa. A ciência econômica passa por um grande desenvolvimento teórico. Muitos dos seus expoentes pretendem, afinal, haver superado a crítica de Marx, ela própria também ideologicamente condicionada. Na verdade, porém, a Economia continua tão ideológica quanto a Economia Política o era. Seu próprio início, baseado na teoria subjetiva do valor - a teoria da utilidade marginal - deixa isto bem claro.

Neste século, o pensamento econômico continuou dominado pelo pensamento neoclássico. Há, sem dúvida, a revolução keynesiana, que negou alguns dos princípios da análise econômica neoclássica - estabeleceu algumas perspectivas e conceitos novos - a visão da economia em termos agregados, a função consumo -, e chegou a conclusões diversas da economia neoclássica quanto à tendência normal da economia: estagnação e desemprego.

Keynes era, na verdade, um economista que tornou operacional a ciência econômica, estabelecendo limites para o liberalismo econômico; porém todo instrumental usado é neoclássico; inclusive a concorrência perfeita; Nesses termos, dada essa proximidade entre a teoria neoclássica e a keynesiana, esta não substitui aquela. Simplesmente enriqueceu-a. E passamos a ter a Análise Econômica dividida em dois setores principais: a Microeconomia, incorporando o pensamento neoclássico ortodoxo, e a Macroeconomia, contendo a visão keynesiana. A primeira parte do comportamento dos agentes econômicos individuais e, usando centralmente as leis da oferta e da procura, procura demonstrar a racionalidade imanente ao sistema econômico capitalista. A segunda, partindo da definição e análise dos agregados econômicos, limita a racionalidade do sistema, e estabelece as diretrizes gerais da intervenção do Estado na economia.
A economia keynesiana é um instrumento refinado da ideologia do capitalismo monopolista, da mesma forma que a escola clássica fora uma arma declarada do capitalismo da revolução industrial e a escola fora uma legitimação do capitalismo maduro da segunda metade do século XIX.

Bases de pesquisa
http://www.geocities.com/joaoaldeia/txt/eco130.htm