quinta-feira, 31 de maio de 2007

Microeconomia

O conceito
Palavras-chave: estudos de microeconomia
A microeconomia está voltada, fundamentalmente, para:
§ as unidades individualizáveis da economia, como o consumidor e a empresa, consideradas isoladamente ou em agrupamentos homogêneos.
§ o comportamento do consumidor, na busca da satisfação máxima (dada sua restrição orçamentária) e outras motivações.
§ o comportamento da empresa, na busca do lucro máximo (dada as estruturas de custos e a atuação da concorrência) e outras motivações.
§ a estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados; as conformações básicas da oferta e da procura, microscopicamente consideradas.
§ as funções e as imperfeições dos mercados, na alocação
eficaz dos escassos recursos da sociedade e na geração dos produtos destinados a satisfazer às necessidades tidas como ilimitáveis.
§ as remunerações pagas aos agentes que participam do processo produtivo e a consequente repartição funcional da renda social.
§ os preços recebidos pelas unidades que geram cada um dos bens e serviços que compõem o produto social.
§ a interface entre custos e benefícios privados e o interesse maior do bem-comum.
Ao estudar a formação dos preços, a microeconomia envereda para o estudo da oferta, pela qual são responsáveis os produtores, e da procura, que depende do comportamento, motivações e reações dos consumidores; trata do estudo dos mercados, em suas várias formas e estruturas, examinando as condições gerais de equilíbrio das empresas em cada uma das situações concorrenciais possíveis e na esteira dos mercados e da produção, os salários pagos no mercado de trabalho e os lucros atribuídos à capacidade empresarial.
Na visão microeconomica, o funcionamento desse sistema corresponde ao de um jogo não cooperativo, tensionado, no sentido de que cada unidade individual cuida de seus próprios interesses, maximizando-os, sem coalização com as demais; de forma que nenhum dos participantes pode melhorar sua situação sem o sacrifício dos níveis de satisfação do outro participante; assim sendo a microeconomia desdobra-se nos seguintes conjuntos de estudo:
§ o consumidor e a análise da procura.
§ a empresa e a análise da oferta.
§ a estrutura concorrencial e o equilíbrio de mercados.
§ a remuneração de fatores de produção e a repartição da renda.
Interessada na análise dos elementos constitutivos da Economia, ela difere da macroeconomia, por não ser agregativa, mas seletiva, busca explicar o funcionamento dos mercados para produtos individuais e o comportamento do comprador e do vendedor individuais; de forma que sua preocupação está em descobrir quantas unidades de bens são produzidos, as diferenças de preço entre um e outro bem, as diferençsa de salários entre as atividades fabrís; ou seja, centra o seu foco na composição, e não na grandeza, da produção da economia.
No conceito de mercado, no estudo da microeconomia básica, o que enfatiza seus atributos econômicos fundamenta-se nas tensões decorrentes de duas forças, antagônicas em princípio, as da oferta e as da procura. Os fatores que as determinam e suas configurações definem antagonismos e conflitos de interesse que se equilibram à medida que se estabelecem as relações de troca; em mercados de escambo tais relações de troca se definem por quantidades de troca equivalentes; em mercados monetizados, por preços e remunerações; e em ambos os casos as negociações buscam posições de equilíbrio; preços de equilíbrio são assim resultados de tensões e conflitos solucionados através do entrechoque das forças de oferta e de procura.
A equivalência de forças é obviamente maior nos mercados em que a concorrência entre os agentes envolvidos é descrita como “perfeita”; onde prevalece “imperfeições”, as forças em choque geralmente não se equivalem.
O mercado
O mercado em sua acepção primitiva, correspondia ao espaço onde se realizavam as trocas, assim foram os grandes mercados da Antiguidade como o de Marselha no Mediterrâneo; de Bizâncio e de Calcedônia na Ásia; de Náucratis no Egito; de Veneza e Gênova na Itália Medieval; e estes mercados se estabeleciam quase sempre por concessão ou não com o intuito de atender as necessidades de suprimentos locais.
Hoje em dia o conceito de mercado é uma abstração, já não existe esta conotação geográfica, refere-se a um conjunto de necessidades variadas, inputs e outputs do sistema econômico, que mantém a relação de forças antagônicas de procura e oferta e quando estas ocorrem simultaneamente, definem o mercado. Portanto quando nos referimos aos mercados financeiro, de trabalho ou de capitais estamos a nos referir a uma abstração que diz respeito à oferta e à procura dos recursos correspondentes, ou seja, um mercado de recursos ou de fatores; de igual forma quando nos referimos aos mercados do boi gordo, de máquinas, de automóveis, de seguros, estamos a nos referir a uma outra abstração de mercado, o mercado de produtos ou derivado.
Havendo procura e oferta em um, haverá procura e oferta no outro; são diretamente proporcionais; quando um enfraquece ou se aquece, consequentemente leva o segundo a um enfraquecimento ou fortalecimento caracterizando-se em um dos três estados firme-estável-frouxo, representando respectivamente o momento em que as forças de procura superam as de oferta ou encontram-se equilibradas ou quando as forças de procura parecem menos vigorosas que as de oferta. E estes três estados refletem-se nos preços no mercado de produtos e nas remunerações no mercado de recursos.
Os preços são expressões monetárias do valor dos produtos e dos custos; o valor resulta da utilidade avaliada pelos que têm a necessidade e procuram satisfazê-la, e os custos, o valor calculado pelos que os produzem.
“para que um bem qualquer tenha algum valor, duas condições devem ser preenchidas. 1º) corresponder a alguma utilidade, convergir para algum fim, satisfazer alguma necessidade; 2º) sua obtenção deve ter esbarrado em alguma dificuldade econômica, expressa por custos – Stuart Mill – Principles os political economy”
Quando uma mercado está em expansão, é porque nele estão ocorrendo simultaneamente deslocamentos para mais na procura e na oferta; contrariamente quando está em contração, perdendo expressão econômica, é porque nele a procura e a oferta estão contraindo-se; a dimensão dos mercados varia ao longo do tempo e a cada momento, os preços sinalizam o que está acontecendo; desta forma os estados firmes ou de frouxidão sempre estarão associados a movimentos desproporcionais e os estáveis, de movimentos proporcionais.
Os mercados estruturam-se quanto i) ao número dos agentes envolvidos; ii) as formas de comportamento dos agentes; iii) a natureza do fator de produção ou do produto.
As principais estruturas de mercado (p.398)
As classificações mais simples de estruturas de mercado fundamentam-se apenas no número de agentes envolvidos em cada um dos dois lados – o da procura e o da oferta; é a estrutura clássica – a estrutura de Stackelberg.
Os elementos das classificações de Stackelberg e de Marchal são básicos para a diferenciação conceitual das estruturas de mercado e que podem ser caracterizadas nas quatro estruturas de referência abaixo; além do mais os elementos diferenciadores não se limitam ao número de agentes econômicos envolvidos, mas inclui os fatores comportamentais, as características dos recursos e produtos transacionados, o controle que os participantes têm sobre o preço, as possibilidades de concorrência extrapreço e as condições para ingresso de novos competidores no mercado
§ concorrência perfeita
§ monopólio
§ oligopólio
§ concorrência monopolística
um mercado para ser definido como concorrencialmente perfeito precisa preencher todas as condições abaixo:
§ atomização – o número de agentes (compradores e vendedores) é de tal ordem que nenhum reune condições de influenciar o mercado.
§ homogeinidade – o bem ou serviço no mercado de produtos ou recursos no mercado de fatores são homogênos; de forma que nenhuma empresa consegue diferenciar o produto que oferece; os produtos ou fatores são perfeitos substitutos uns dos outros.
§ mobilidade – existe uma independência de atuação dos agentes; a mobilidade é livre; não existe acordo; não existem impedimentos às ações alocativas dos agentes.
§ permeabilidade – inexistência de barreiras de qualquer ordem; entrada, saída, técnicas, financeiras, legais, emocionais, etc.
§ preço-limite – impossibilidade de fixação de valores preços acima ou abaixo do valor estabelecido pelo mercado, definindo-se impessoalmente.
§ extrapreço – inexistência de oferta de vantagens adicionais ao produto ou ao fator; esta característica é subproduto da homogeinidade.
§ transparência – o mercado é absolutamente transparente, não existindo informações privilegiadas ou diferentes daquelas que os outros detêm.
Situando-se no extremo oposto do da concorrência perfeita,as condições que a caracterizam são:
§ unicidade – há apenas um vendedor dominando inteiramente a oferta; significando que do extremo da atomização, se vai para o da unicidade.
§ insubstitutibilidade – não existe produtos substitutos próximos; inexistindo alternativas possíveis aos compradores de substituição.
§ barreira - impossibilidade de entrada de concorrentes no mercado monopolista.
§ poder – é a situação privilegiada característica em que se encontra o monopolista
§ extrapreço – inexistência deste recurso a menos que vise a uma melhria da imagem pública.
§ opacidade – são por definição opacos; a empresa monopolista caracteriza-se por ser impenetrável.
Comparativamente aos casos extremados de concorrência perfeita (mercado atomizado) e monopólio (mercado unificado), temos os oligopólios (existem várias formas):
§ números de concorrentes – tipicamente pequenos .
§ diferenciação – podem ocorrer oligopólios de produtos diferenciados, como de não diferenciáveis.
§ rivalização – são fortes rivais entre sí; porém podem ocorrer situações em que os concorrentes unem-se em acordos setoriais, ou seja, admite a rivalidae ou conluio.
§ barreiras – o ingresso em estruturas oligopolistas é difícil;
§ preço, extrapreço e poder – grande controle sobre os preços; rivalização e capacidade de negociação para atuações acordadas colocam-se assim, o tempo todo , como alternativas.
§ visibilidade – alta visibilidade de suas estratégias empresariais;.
E por último encontramos a concorrência monopolista e caracteriza-se por:
§ competibilidade – elevado número de concorrentes, com capacidade de competição relativamente próximas.
§ diferenciação – é a mais significativa peculiaridade da concorrência monopolista, emprestando o nome ao adjetivo; o produto de cada concorrente apresenta particularidades capazes de distingui-lo dos demais e de criar um mercado próprio para ele..
§ substitutibilidade – situa-se exatamente entre a insubsitutibilidade do monopólio puro e a plena homogeinidade da concorrência perfeita.
§ Preço-prêmio – capacidade de cada concorrente controlar o preço depende do grau de diferenciação percebido pelo comprador;
§ barreiras – tendem a ser baixas.
Conflitos de interesse e mecanismos de equilíbrio (p.407)
é o conflito de interesse na busca pela maximização das satisfações entre os que ofertam e compram;
os que ofertam desejando o mais alto preço ou remuneração no mercado de produtos e baixas remunerações e baixo custo no mercado de fatores; e os que procuram a otimização do seu poder aquisitivo no mercado de produtos e as mais altas remunerações no mercado de fatores. As pretensões dos agentes só não se realizam por completo porque:
§ a concorrência entre produtores atua como uma espécie de freio.
§ a possibilidade de substituição de produtos é um instrumento de poder que os consumidores dispõem.
§ a capacidade de substituição de fatores amplia o poder de negociação dos produtores, aumentando suas amrgens de manobra e sua flexibilidade para lidar com custos;
§ dado um desequilíbrio, pode-se dar uma intervenção corretiva no mercado de produtos ou de fatores.
desta forma os mercados em funcionamento exigem três elementos:
§ a oferta de um lado.
§ a procura do outro lado;
§ e no cruzamento das duas forças, a convergência de interesses.

Ver mais
http://www.ai.com.br/pessoal/indices/mercados.htm
http://ww2.unilasalle.edu.br/cursos/graduacao/documentos/economia/microeconomiaestruturasdemercado.doc
http://www.unimonte.br/apostilas/economia/estruturas_de_mercado.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado
http://www.eco.unicamp.br/artigos/artigo167.htm
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=%22estruturas+de+mercado%22&meta=

CONTINUAR – pag. 398 – subitem 8.1 – as principais estruturas de mercado

Bases de pesquisa
http://www.unb.br/face/eco/coutinho/teoriadafirma.pdf

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